Chamar o cartunista Laerte de gênio é chover no molhado e enche ainda mais o saco da bajulação. Porém, parece brilhante e inesgotável a criatividade deste (ou desta) cartunista e chargista, que diariamente tem trabalhos publicados no jornal Folha de S.Paulo.
O quadro acima oferece aos leitores rica reflexão sobre o nosso tempo. De sutil duplo sentido, diga-se. A "imprensa livre, imparcial e democrática" é esse valioso e indispensável instrumento para a validade da democracia, que tem o dever de revelar os mandos e desmandos do governo (no caso brasileiro, os três poderes da República e não apenas o Executivo quando se fala em governo, ok?).
Portanto, nada mais justo que a "imprensa livre, imparcial e democrática", como arauto da democracia, brande aos poderosos: "Saia do Governo com as mãos para cima!". Ou seja: renda-se, abandone o poder, largue o osso, e com as mãos para cima, para que a gente veja que você não está levando nada.
Numa outra leitura, temos a "imprensa livre, imparcial e democrática" bradando a mesma frase aos poderosos. Mas com outro sentido, o policialesco, forçando a barra, atuando e agindo como autoridade judiciária, julgando e condenando o estado de coisas, e fazendo acreditar que o que diz é a suprema verdade. A serviço de quem? Boa pergunta.
"Saia do Governo com as mãos para cima!" é o que provavelmente muitos gostariam de dizer (arma em punho) para os donos do poder, no nosso caso específico, ao que parece, o poder Executivo, pois por "governo", para a maioria, subentende-se o Governo Federal, seus ministérios e organismos de segundo e terceiro escalão. Poder Legislativo? Poder Judiciário? Ministério Público? Não, não, acho que eles são bonzinhos, não sei o que fazem.
Laerte: figuraça
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