terça-feira, 28 de julho de 2015

One of my heroes: Ronaldo Rogério de Freitas Mourão (1935-2014)

Astrofísico Ronaldo Rogério de Freitas Mourão: cientista e poeta
Agora que a (sonda) New Horizons passou a nos mandar imagens diretamente da órbita de Plutão, dando início a uma série de dissipações de ideias preconcebidas a respeito do último planeta do Sistema Solar, temos muitos motivos para comemorar.
Plutão, planeta Joviano, aliás, planeta-anão
Afinal, Plutão, embora rebaixado desde 2000 a condição de planeta-anão, pela União Astronômica Internacional (UAI), ainda é corpo celeste-irmão neste enorme, magnifico, porém, limitado, Sistema Solar. Diferente de nossa azul, brilhante e poluída Terra, Plutão e sua atmosfera fria, tem a capacidade incrível de roçar, com sua trajetória, o Cinturão de Kuiper.
Nuvem de Oort, além do Cinturão de Kuiper
O Cinturão de Kuiper, muito prazer, em termos simples, é a região limite que envolve o sistema planetário em torno do Sol. Plutão, com sua excêntrica trajetória elíptica, leva 248 anos para completar a órbita em volta do Sol (a Terra, 365 dias, lembram?). Ademais, aprendemos que além do Cinturão de Kuiper (repleto de objetos remanescentes da formação do Sistema Solar), vem o Meio Interestelar, onde se localiza a Nuvem de Oort. Depois, o espaço sideral propriamente dito, cuja próxima parada é a estrela Alpha Centauri.
Plutão e sua trajetória que passa pelo Cinturão de Kuiper
Vejam como as coisas são relativas. Plutão, por ser tão pequeno, em termos comparativos, e se assemelhar a outros corpos encontrados no Cinturão de Kuiper, não pode mais ser chamado de planeta. É um objeto transnetuniano. Por outro lado, é, até agora, o maior objeto já encontrado no Cinturão de Kuiper. Pequeno para uns, enorme para outros.
Nuvem de Oort: longe pra caramba

Certeza é que estamos falando de coisas que estão muito longe. Da Terra para o Sol, considera-se a distância de 150 milhões de quilômetros, o equivalente a 1AU (uma unidade astronômica). Muito bem, o Cinturão de Kuiper, que passa por Netuno e depois Plutão e os planetas-anões Haumea e Makemake, localiza-se entre 30 a 50 AU. A Nuvem de Oort, por sua vez, diferente do grande anel de detritos (ou cinturão) de Kuiper, vai de 1000 a 100.000 AU, verdadeira nuvem encobrindo todo o Sistema Solar e de onde partem os mais variados cometas rumo ao sol.

Tudo isso sabemos graças à divulgação científica. Não fossem o homem e sua capacidade desafiadora de aprender mais e mais sobre os mais profundo mistérios cósmicos, ainda hoje acreditaríamos que a Terra é o centro do universo e que os mitos seriam superiores aos achados e avanços da ciência.
Mourão: um gigante entre nós
No Brasil, devemos muito desse entendimento a um doutor em astronomia que faz um ano deixou de circular fisicamente entre nós. Estamos falando de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão. Nascido em 1935, no Rio de Janeiro, trata-se de um dos maiores cientistas que este país já viu em seu campo de atuação.
Obra que todo brasileiro deveria ter em casa
Em termos de divulgação científica, Mourão nos deixou vasta obra, da qual vale a pena mencionar “O Livro de Ouro do Universo”, livro que todo lar brasileiro deveria possuir e dar o devido valor.

Quando começa a folhear tal obra, o leitor se depara com uma dedicatória a Lulu Santos (isso, o cantor e compositor popular) e, em seguida, a letra da canção “Como Uma Onda”, de Lulu e Nelson Motta:

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar!

Com um finíssimo humor e um cavalheirismo raro em nossos dias, Ronaldo Rogério Freitas Mourão nesse “Livro de Ouro” conduz o leitor por um imenso passeio pela Cosmolândia. A cada informação, seja referente à história da astronomia, aos cometas, ao Sistema Solar e seus planetas e aos eventos misteriosos como Tunguska e a catástrofe que teria dizimado os dinossauros, o autor intercala amplo conhecimento da poesia que embala nossa melhor literatura e nosso cancioneiro popular.

Estão lá os versos “Céu, tão grande é o céu, e o bando de nuvens que passam ligeiras, aonde elas vão, ah eu não sei, não sei...” (“Dindi”, de Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira), bem como estrofes de Manoel Bandeira, Olavo Bilac, Gilberto Gil, Cassiano Ricardo, Aldemar Tavares, Lamartine Babo, Custódio Mesquita, Casimiro de Abreu, Assis Valente, Carlos Drummond de Andrade, e J.G. de Araújo Jorge.
Mourão: cavalheiro em terra de brutos
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão conta que seu interesse pela astronomia vem do berço. Sua mãe teria visto o cometa Halley, quando de sua passagem pela Terra em 1910. Seu pai não teria visto. Em casa, o assunto era motivo de vantagem materna. Em 1942, viu de Copacabana o cometa Koch-Paraskevopoulos. Não seguiu a medicina, a profissão paterna, mas enveredou pelos mistérios do Cosmos. Pensava como cientista, mas falava como poeta.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

One of my heroes: Dieter Moebius (1944-2015)



We always heard very nice things put on record by this German, Swiss born artist. Dieter Moebius, master of Krautrock and electronic music pioneer, now is somewhere, visiting a different world.

He passed away July, 20th and produced a lot, top quality electronic music with a pinch of avant-garde stuff, as we can confirm with an array of good albums like Cluster’s Zuckerzeit (1974), Sowiesoso (1976) and Grosses Wasser (1979).

 
 
 

After The Heat (1978), made with Brian Eno and Harmonia bandmate Hans-Joachim Roedelius, and Tonspuren (1983), a solo project, are favorites of this writer.

 
 
 
His website has an interesting intro. Jump on it, and enjoy the future while is still here.

Roteiro 241 / David Garrett

É inverno em Brasília, mas neve só na geladeira

Em meio físico e no éter, a revista Roteiro Brasília número 241, na qual constam dois textos deste redator: um sobre o violinista alemão David Garrett, que toca em Brasília, dia 29/07/15; e outro sobre o espetáculo musical "Across The Universe - Histórias de Amor ao Som dos Beatles", em cartaz na capital, dia 1/08/15.



Sobre David Garrett, convém admitir que atualmente, poucos, raros músicos neste planeta conseguem obter o sucesso internacional igual ao alcançado por este jovem músico (34 anos). Sabendo que a música erudita é igual ao rock'n'roll preconizado por Neil Young, isto é, nunca vai morrer, Garrett é o cara que nos nossos tempos consegue tornar interessante para as novas plateias o consagrado repertório do violino clássico.

Assim, em suas apresentações temas do Coldplay, de Michael Jackson, de Paul McCartney e da música do cinema (James Bond) disputam aplausos com peças de Beethoven, Paganini e Mozart. A música flutua rapidamente do orquestral ao rock, algo já visto com os Moody Blues e Rick Wakeman, mas sempre surpreendente, principalmente porque o som é agradável e no palco explodem fogos e tal.

No meio físico e no éter o que não faltam são shows e vídeos do camarada. Como dito, tudo é muito bacana, muito bem produzido, mas também espetacular (edições rápidas, efeitos mil), perfeito para a tevê de led ou o notebook ligado numa boa aparelhagem de som.


A new Paganini, a rock star. This is David Garrett, my friends.
Fora isso, o fator beleza física parece ser outro atrativo. Frequentemente, Garrett é comparado a outro David, o Beckham, daí as consequências inevitáveis. Som legal, um cara bonitão, meio rock-star, como pode dar errado?

Para os brasileiros, engraçada é a inclusão do "Tico Tico no Fubá", de Zequinha de Abreu, no setlist.

Esclarecendo que a Roteiro Brasília é publicação que ainda circula em Brasília (DF). Circula em meio físico, papel, uma raridade, pois o jornalismo brasileiro acabou, os impressos que resistem, resistem combalidos e esquálidos, mas isso é outra conversa, outro dia, outra hora.

Sim, a Roteiro também está no éter: http://www.roteirobrasilia.com.br/.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

One of my heroes: Chris Squire (1948-2015)


A superb bass player, composer and singer with Yes, the British prog combo, Chris Squire came once to Brasília, on a lone gig with his band in May 19th, 2013. He was there with his triple neck bass guitar, although we have noticed that he used just two of those necks, hahaha.

domingo, 5 de julho de 2015

Hey baby it's the Fourth of July!

Well, yesterday was the fourth of July. As everybody knows it is the Independence Day in the USA. With reverence and respect here goes a nice one, X's 4th of July.
In fact this was written by Blasters founder, Mr. Dave Alvin. John Doe and Excene Cervenka did a great job.
Jump that advertising thing and enjoy it.


https://www.youtube.com/watch?v=K_tyWt_9Bfs

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Redescobrindo Santoro


O Brasil e o mundo ainda estão por conhecer a íntegra de obras para piano do compositor e maestro amazonense/brasiliense Claudio Santoro (1919-1989). No dia 8 de julho de 2015, às 11h00, no auditório de música da Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, claro, o jovem pianista Pablo Marquine mostra o resultado de suas pesquisas sobre o fundador da Orquestra do Teatro Nacional de Brasília. Imperdível.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Duas luas



Este mês de julho de 2015 teremos duas luas cheias. Eis a primeira. A segunda, dia 31, será Blue Moon.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Venus and Jupiter are alright tonight

Parecem tão próximos, mas não estão. Por causa de suas órbitas em torno do Sol e da visão privilegiada que temos aqui da Terra, nesta época do ano (início de julho de 2015) os planetas Vênus e Júpiter exibem no céu rara proximidade aos nossos olhos.


Parecem dois pontos no céu (foto 1). Um binóculo ou um pequeno telescópio torna a visão mais interessante, é claro. Mas não custa nada erguer a cabeça e, se o céu estiver limpo, enxergar a olho nu esse alinhamento que dia-a-dia muda alguma coisa.


Antes, Vênus e Júpiter pareciam um pêndulo; o primeiro, em primeiro plano, maior, enquanto o outro parecendo um satélite natural, pouco acima (foto 2). Em realidade, Vênus é o menor dos dois.

Segundo planeta terrestre/telúrico a partir do sol, Vênus tem o nome da deusa romana do amor. Está envolto por grossa camada de nuvens, daí que reflete bastante a luz solar. Nem pense em ir lá. A superfície tem média de temperatura em torno de 462° C. Isso, o inferno. Dizem que é tão quente que volta e meia a parte externa do planeta derrete. Diâmetro equatorial: 6.052 km.

Quinto planeta a partir do sol, Júpiter tem o nome do rei dos deuses romanos. É um planeta joviano, uma imensa bola de gases, com o hidrogênio o principal elemento. Na superfície, que não é uma superfície propriamente dita, diversas camadas de nuvens giram em direções opostas. Tem 16 luas. Europa, uma das quatro visíveis a partir da Terra, tem indícios de que possa abrigar algum tipo de vida. Diâmetro equatorial: 142.984 km.

They look so close but they are not. Venus and Jupiter are aligned this time (July 2015). You can use a telescope to see them. However, look up to the sky and with naked eyes, you can spot this beautiful planetary dance. Venus and Jupiter are all right tonight.