sábado, 17 de outubro de 2015

Somente para almas desarmadas


Se ocorrer de você tiver tempo sobrando (um luxo em nossos dias) ou mesmo estiver flanando pela área central de Brasília, nesta segunda-feira (19/10/15), às 20h00, dê um jeito de comparecer ao teatro da Caixa Cultural (Setor Bancário Sul), a fim de prestigiar a rara, raríssima, apresentação do músico angolano-português Victor Gama.


Toha
O show, intitulado Sol(t)o, é oportunidade única de conferir sons, instrumentos e projeções em vídeo que definitivamente fazem parte de outro mundo. Já ouviu falar em Acrux, Dino e Toha? Não é o trio de ataque da seleção de Angola, mas magníficos instrumentos fabricados por Victor Gama, uma atração por si só.


Compositor, designer e engenheiro eletrônico, o músico apresenta música baseada em suas estranhas criações. O som ora é eletrônico, percussivo, soando a gamelões, xilofones e gongos; ora lembra harpas modificadas, que mais parecem mbiras e a música tradicional dos rincões da África. Algo de minimalismo, Steve Reich, Philip Glass, também ressoa nessas composições.


A exemplo de Walter Smetak e o grupo Uakti, Gama sabe conduzir o ouvinte/espectador por uma experiência audiovisual muito particular, definitivamente fora dos padrões e cânones da música ocidental.




Espantosamente, o projeto Pangeia Instrumentos acabou chamando a atenção do músico eletrônico Richard D. James, mais conhecido nesse universo pela alcunha Aphex Twin. “Victor Gama: Pangeia Instrumentos” acabou se tornando o primeiro lançamento acústico do selo Rephlex e, na falta de uma classificação tradicional, foi parar na prateleira dos discos experimentais e abstratos.

Para abrir a cabeça e mergulhar na boa música. Indicado para almas desarmadas. Desalmadas, please, fiquem lá na fervura do caldeirão de maldades chamado Congresso Nacional.

Saibam mais: http://www.victorgama.org/


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