sexta-feira, 26 de junho de 2015

Aldous Huxley, a música e Brasília II

Huxley: crítico da dominação do homem pelo homem
Membro da intelectualidade britânica, sobretudo a que floresceu na primeira metade do século passado, Aldous Huxley (1894-1963) esbarrou o cotovelo em gente como T.S Eliott, Bertrand Russell, Virginia Woolf, John Maynard Keynes e D.H. Lawrence, seus contemporâneos, digamos, mais conhecidos.
Admirável Mundo Novo: antiutopia
Apreciadores de sua obra consideram que o ápice de sua trajetória como ensaísta, novelista e crítico cultural da humanidade encontra-se desenvolvida no romance “Admirável Mundo Novo” (“Brave New World”), publicado em 1932, um ano após o volume de ensaios “Music at Night”. Em “Admirável...”, temos uma das mais ricas análises (com um quê de pessimismo) da sociedade humana totalmente dominada pela produção e consumo de massa. Algo talvez não muito diferente do que presenciamos em nossos dias.

A exploração do homem pelo homem, bordão marxista e verdade universal, foi tema caro a Aldous Huxley. Uma das vozes de destaque no coro dos descontentes, e crítico do capitalismo, certa vez ele lembrou a máxima que enquanto um homem descansa, outro carrega pedra. Na verdade, segundo o autor, a irracionalidade nos informa que o lazer de poucos se dá às custas da escravização de muitos.
Huxley: guru moderno
Transformado em autor famoso, sábio, erudito, guru ocidental e personalidade mundial, Aldous Huxley virou um disputado palestrante mundo afora, sobretudo no período que se seguiu ao fim da II Guerra Mundial. Em meados dos anos 1950, chama novamente a atenção com a publicação de “As Portas da Percepção” (“The Doors of Perception”) e “Céu e Inferno” (“Heaven and Hell”), relatos de suas experiências com o consumo de LSD, mescalina e outras drogas.
LSD para partir serenamente
Huxley defendeu o uso consciente dessas substâncias, capazes, segundo afirma, de proporcionar o bem ao homem, uma vez que seriam catalisadoras de processos de desenvolvimento mental. Há controvérsias a respeito, é claro, e deve ter chamado mais a atenção o fato de, em seu leito de morte, em 1963, em Los Angeles, devido a um câncer de laringe, Aldous Huxley ter pedido a sua segunda esposa, a italiana Laura Archera Huxley, que lhe administrasse uma dose de 100 miligramas de LSD. De fato, foram duas doses desse alucinógeno psicodélico injetadas de maneira intramuscular.

Pelos relatos de Laura, não houve agitação e Huxley parece ter partido serenamente. O que se passava em sua mente é um mistério. O momento, óbvio, não poderia ser mais dramático e, para piorar, naquele 22 de novembro de 1963, médicos que o assistiam em seu derradeiro momento, viam perplexos na tv os informes sobre o assassinato do presidente norte-americano John F. Kennedy, no mesmo dia, em Dallas.
Morte no mesmo dia do assassinato de John F. Kennedy

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