quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Discos japoneses



Uma coisa interessante no meio do caminho. Na noite em que o quinteto do pianista japonês Makoto Kuriya (aumentado com as participações de Mônica Salmaso e do saxofonista Teco Cardoso) fez sua única apresentação, em Brasília, em 24/08/2015, a plateia foi surpreendida com uma exposição de discos em vinil japoneses, instalada em um café da Caixa Cultural Brasília.

Janete das Graças, presidente do Clube e Museu do Disco de Vinil de Brasília
A iniciativa foi de Janete das Graças Sousa, uma entusiasta de longa data nos bolachões, e segundo ela, os 200 lps japoneses expostos fazem parte do acervo do Clube e Museu do Disco de Vinil de Brasília.

Janete faz questão de dizer que essas verdadeiras joias japonesas foram gentilmente doadas ao Clube e Museu do Disco de Vinil de Brasília pelo Sr. Takeshi Tsu Kishima, 90 anos, também colecionador da bela música gravada em long-playings.

Olhando en passant, o ouvinte acidental parece necessário ter mil olhos para reconhecer uma capa, um nome em meio ao cipoal de ideogramas e estética clean, um tanto ingênua, mas definitivamente japanese, com muitas gueixas, cerejeiras, quimonos, bambus, ikebanas, pagodes, neve, o monte Fuji, enfim, uma coleção de retratos e sons de um Japão tradicional e romântico, como parece ser o antigo dono desses discos.


Este escriba bem que tentou encontrar algo familiar, um Yellow Magic Orchestra, um Ryuichi Sakamoto, um Tomita, um Stomu Yamashta, sei lá, um Kitaro, mas reconheceu apenas um disco do maestro Seiji Osawa e outro do grupo de jazz fusion Hiroshima. Como dito, a praia do Sr, Takeshi, ainda bem, parece ser outra.


À pergunta sobre a comercialização dos discos, Janete das Graças respondia de bate pronto que os lps doados não estão à venda: “Atos como o do Sr. Takeshi ajudam a construir o Clube e Museu do Disco de Vinil de Brasília, um espaço cultural sem fins lucrativos, que visa à preservação da cultura musical contida nos discos de vinil e outros suportes musicais”.


Janete afirma que busca parcerias com o poder público, a fim de viabilizar um espaço para a implantação do Clube. Será a oportunidade de o público conhecer o acervo de quase 5 mil exemplares que mantém, além de eletrolas, e toca-discos dos mais variados modelos e épocas . É uma vida inteira dedicada à fina arte do vinil.

Em outra oportunidade voltaremos a este assunto.

Fotos: Janete das Graças Sousa

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