terça-feira, 22 de março de 2016

Scream for me, Brasília



We are strange believers all of us
There are stranger truths

"If Eternity Should Fail" (B. Dickinson)

Brothers and sisters, com a licença da moral e dos bons costumes, esta noite Iron Maiden is back in town. Segue um ha-ha-ha-ha sinistro ecoando na escuridão.



Isso, o glorioso heavy metal da Donzela de Ferro - para muitos, ainda um legítimo representante da New Wave of the British Heavy Metal (N.W.O.B.H.M.) -, o que seja, os caras conhecidos como Bruce Dickinson, Steve Harris, Adrian Smith, Jannick Gers, Dave Murray, Nicko McBrain e a (a, porque é substantivo feminino) mascote Eddie, passam a terceira vez por Brasília (Bras-Ilha), desta vez a bordo do Boing 747-400 Ed Force One, trazendo os aparatos da The Book of Souls World Tour.

Ed Force One
Esta é a primeira fase da rodada de shows que têm, por princípio, divulgar o mais recente trabalho de estúdio, o duplo "The Book of Souls", lançado em 2015, e que é mais uma excelente aquisição, digna da honrada discografia da banda. Interessante observar que a turnê começou em 24 de fevereiro, com uma sequência de apenas três shows em solo norte-americano (Sunrise, Tulsa e Las Vegas).


Dia primeiro de março, o Maiden já estava na América Central, começando por Monterrey (México) a fase latino-americana, que no Brasil passa por Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e termina em 26 de março, no Allianz Parque, em São Paulo. Só depois de ter esquentado as turbinas por aqui é que o Ed Force One retorna aos EUA (com o comandante Dickinson no cockpit).

Airline pilot, Mr Bruce Dickinson
Por falar em America Central, o Maiden queria experimentar iniciar o giro mundial por aquela região, inspiração confessa no mais recente disco. Isso, The Book of Souls tem a temática estética baseada na civilização maia e seus ritos de vida e morte. A coisa é tão séria, que a banda até contratou o historiador inglês Simon Martin, especialista na cultura maia, para que ele atestasse a veracidade da estética visual do disco e dos elementos usados na turnê.

The Book of Souls, em hieróglifo maia

Eddie: selfie durante um ritual

Eddie by Mark Wilkinson
Tanto é que, desta vez, o Eddie desfila no palco com o modelito "mamãe quero ser maia". Ele passa um aperto danado nas mãos do Bruce, e não convém estragar a surpresa, principalmente para quem aguada ansioso a entrada do querido monstro no palco.

Mas, bacana mesmo foi a homenagem a Brasília, com o Eddie colocando os pobres diabos que se imaginam no melhor dos mundos, no topo do poder, em seus devidos lugares:


É o tipo do programa capaz de fazer Mr Menezes deixar a segurança do lar para se juntar a milhares de pessoas, que com certeza estarão urrando em delírio ao som do melhor heavy metal que você já ouviu, meu amigo.



Quem é fã do Iron Maiden sabe que a banda praticamente se reinventa a cada disco, mantendo intacto o estilo e assinatura pesada nas canções. Em síntese, só clássicos, sem falar na coerência, honestidade e profissionalismo com que comandam o negócio desde os primórdios.


Deixa estar que o setlist da atual turnê privilegia faixas do mais recente álbum, com a dobradinha "If Eternity Should Fail" e "Speed of Light" abrindo a sequência. Eis o provável setlist:

01 "If Eternity Should Fail" (from The Book of Souls, 2015)
02 "Speed of Light" (from The Book of Souls, 2015)
03 "Children of the Damned" (from The Number of the Beast, 1982)
04 "Tears of a Clown" (from The Book of Souls, 2015)
05 "The Red and the Black" (from The Book of Souls, 2015)
06 "The Trooper" (from Piece of Mind, 1983)
07 "Powerslave" (from Powerslave, 1984)
08 "Death or Glory" (from The Book of Souls, 2015)
09 "The Book of Souls" (from The Book of Souls, 2015)
10 "Hallowed Be Thy Name" (from The Number of the Beast, 1982)
11 "Fear of the Dark" (from Fear of the Dark, 1992)
12 "Iron Maiden" (from Iron Maiden, 1980)

Encore:
13 "The Number of the Beast" (from The Number of the Beast, 1982)
14 "Blood Brothers" (from Brave New World, 2000)
15 "Wasted Years" (from Somewhere in Time, 1986)

Bruce and Steve, alive and kicking
Brothers and sisters, o Iron Maiden é pura diversão. Diversão para a família. Hoje estão consolidados como um dos grandes do rock'n'roll planetário, do showbusiness mundial. Foi muita luta e muita batalha todos esses anos. Bons tempos em que eram a banda que tocava no quarto dos moleques, cabeludos ou não. Cada novo disco era apreciado como clássico instantâneo. Ainda é assim. Longa vida ao Maiden.

Eddie detonando o Coisa Ruim

Eddie detonando o Coisa Ruim 2

E se não bastasse, a noite metálica, no pobre ginásio Nilson Nelson, de Bras-Ilha, ainda tem o thrash metal do Anthrax e os meninos do Raven Age, a banda de George Harris, filho do baixista Steve Harris.



Go for it!

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