sexta-feira, 24 de junho de 2016

Hello, ISS!

Pirâmide da Legião da Boa Vontade, em Brasília, em contraste com o céu azul sem nuvens
Em Brasília e região, o inverno de 2016 parece ter se instalado nos moldes clássicos de todo ano: nenhuma chuva (isso, o inverno do cerrado é seco), umidade cada vez mais baixa e frio.... Bem, frio para os padrões do nordeste do centro-oeste brasileiro. Não é como em certas regiões do sul-sudeste do País. A temperatura raramente chegando abaixo dos dois dígitos. Quente de dia, sempre, e "frio" à noite, quando as poucas nuvens permitem a dispersão do calor da superfície na atmosfera.

Brilha, brilha, estrelinha:
À direita da árvore, Sirius (Canis Major); à esquerda, Canopus (Carena do Navio)
Com algumas exceções, a noite sempre limpa dessa época favorece a observação celeste a olho nu. E é algo inebriante olhar o céu, a lua, as estrelas, as constelações, os satélites artificiais, e claro, a Estação Espacial Internacional (International Space Station), que volta em temporada de aparições, neste quadrante, sempre ao anoitecer e antes do amanhecer, que é quando, iluminada pelo sol, pode ser vista em contraste no céu escuro, pelo observador em solo.

Parece uma estrela passando (não tão) rápido, mas é a ISS

ISS, o terceiro objeto mais brilhante no céu
Só a parte do centro é habitável
Do tamanho de um campo de futebol

O maior objeto construído pelo homem no espaço, a ISS é tida como um satélite artificial habitável. Tem mais ou menos o tamanho de um campo de futebol, seja o futebol americano ou o soccer. E não foi construída de uma vez só. A primeira parte subiu ao espaço em 1998, quando os módulos começaram a ser montados. É um imenso laboratório de pesquisas espaciais em condições de microgravidade.

Na baixa órbita da Terra
Este engenho é capaz de dar 15,5 voltas na Terra por dia, o que significa, para a tripulação, ver essa quantidade de vezes o sol nascer e se pôr. Lá embaixo, as guerras, as mazelas, o amor, o ódio, as belezas, as ameaças, a natureza animal e mineral, o mundo pequeno dos homens.

Na cúpula da ISS
Astronauta Karen Nyberg
Hello, Earth
Astronauta Tracy Caldwell Dyson
De fato, os astronautas têm visão privilegiada, pois embora esteja no espaço, a ISS se encontra na baixa órbita da Terra, qualquer coisa entre 350 e 440 quilômetros acima de nossas cabeças.

Os mais céticos podem até dizer que se trata de uma caríssima nave - e pouco importa que seja internacional e não exclusivamente norte-americana -, capaz de vasculhar com câmeras e sensores poderosos os quatro cantos da Terra.

O tanto de vezes que a ISS já rodou a Terra e esquadrinhou cada metro quadrado de chão ou de água, contando ainda com a ajuda de inúmeros satélites e sondas, significa que o planeta foi (e continua sendo) todo mapeado e essa informação valiosa é capaz de determinar a localização exata de inimigos, ver em detalhes o que os norte-coreanos e o Estado Islâmico estão fazendo. O melhor de tudo, como está muito alta, ninguém - por enquanto - parece ter mísseis balísticos capazes de derrubar algo assim, com precisão, na órbita terrestre.

Deixemos um pouco de lado as teorias da conspiração, os americanos não estão sozinhos nessa. O objetivo aqui é a coisa lúdica, conseguir ver a ISS passando, ainda que daqui de baixo, como dito, ela pareça um ponto brilhante, passando mais rápido que um avião.

Só avistamos a ISS porque estamos na sombra

Usando poucos recursos, Mr. Menezes bem que tentou fotografar a ISS, utilizando exposição de 15 ou 30 segundos de abertura. Outros também obtiveram resultados semelhantes. Fotografar um ponto brilhante em movimento no céu escuro só pode resultar em uma linha. Nas fotos, a ISS é um risco no céu:

ISS. Foto: Mr. Menezes

ISS. Foto: Mr. Menezes

ISS. Foto: Mr. Menezes

ISS e um avião cruzam trajetórias. Foto: Mr. Menezes

ISS. Foto: Dave Walker

ISS. Foto: George Kristiansen

ISS. Foto: Tony Travaglia
E como é possível saber onde e quando a ISS vai passar? No site Spot The Station, a NASA nos informa, bastando preencher os campos de localização (país, estado, cidade). A agência espacial norte-americana também nos informa esses dados em aplicativos para smartphones. Cinco minutos antes da aparição, o deslumbrado recebe a informação com a data, hora, duração, elevação máxima, altura de aproximação em relação ao horizonte e também o grau de elevação com que desaparece. O resto é com a cabeça sonhadora que se alegra em saber que um grande feito da humanidade passa sobre nós.

App da NASA informa quando a ISS vai passar
Brasília vista da ISS

Lua cheia de 21 de junho sobre a China.
Foto: Jeff Williams, comandante da ISS (Expedition 48)



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